caminhei com vagar por entre o mar de gente que se estendia ao longo da praia como se procurasse alguma coisa ou alguém que sei não ter encontrado talvez porque não quisesse encontrar ou não saber o que procurava caminhei com vagar por entre tantos olhares desconhecidos tão seguros de si tão enterrados em si tão alheios a mim que nem repararam que um ciclista me derrubou tão enterrados em si que não puderam ajudar tão alheios a mim que nem sabem que me ergui do chão e que calmamente como se aquele quadro nunca tivesse sido pintado retomei a minha caminhada tão vagarosamente quanto me foi possível não por estar magoado mas porque não tinha pressa nem vontade de chegar a casa caminhei com vagar perdido nos meus pensamentos porque afinal são eles que me mantêm vivo e me fazem caminhar em frente nuno campos monteiro 28.VII.2014
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A mostrar mensagens de julho, 2014
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sozinho numa esplanada com vista para o mar perco-me em pensamentos imagens e recordações uma lágrima que sorrateiramente escapa e deambula no meu rosto traz-me ao agora o café já esta frio e a colher continua a pintar a borda da chávena alguém que se aproxima com um sorriso cúmplice pergunta-me “precisa de alguma coisa outro café talvez” nuno campos monteiro 27.VII.2014