hoje
hoje compreendo a tua dor ao ver-me sair compreendo a tua esperança perante a incerteza de me ver voltar compreendo o teu desespero ao ver que eu não voltava hoje sou eu quem sente essa tormenta sou eu quem procura em cada rosto em cada olhar em cada sorriso em cada conversa aquela que amo hoje sou eu que a vejo na paragem do autocarro e sinto um frio como fio de espada na espinha no metro e os meus lábios rasgam-se num sorriso no comboio e o meu coração pára as borboletas libertam-se do casulo esvoaçando numa loucura dentro mim mas é mentira uma ilusão apenas a imagem do que desejo fruto da saudade que me tolda o pensamento pois ela não está pois ela não vem pois ela demora nuno campos monteiro 30.X.2017