dísticos versos de um mesmo poema
hoje acordámos assim eu e o dia dísticos versos de um mesmo poema desorganizado e sem sequência definida entre o aqui e o além existe a noite da embriaguez o concreto e o fantástico roçando a bênção e a maldição o tangível e mundano e o etéreo e incorpóreo a nitidez de uma memória diluída de duas silhuetas abraçadas duas sombras de fantasmas amantes de bocas ardentes e mãos entrelaçadas dádivas e anseios júbilos e amarguras utopias e quimeras destroçadas cachos de (des)ilusões em cada beijo celebradas e renascidas estes dísticos versos de um mesmo poema trajados de azul e de cinzento vagueiam sem limites livres e destemidos indecifráveis eternamente nuno campos monteiro 29.I.2017