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A mostrar mensagens de setembro, 2015

Viver a paz em tempos de guerra

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Nos últimos seis meses estive empenhado a ler variada informação sobre a Segunda Guerra Mundial – o motivo não vem agora ao caso. Curiosamente, hoje apeteceu-me reler parte dessa recolha informativa, e o meu portátil faz-me o favor de me notificar de um email que me fora enviado em memória de Irena Sendler – Irena Sendlerowa em polaco – conhecida também como “O Anjo do Gueto de Varsóvia” ou “A Mãe das Crianças do Holocausto”. Rapidamente mudei o meu foco de atenção para outros documentos, para outros conflitos, para outras realidades mais contemporâneas… Mas voltando a Irena Sendler… Durante a Segunda Guerra Mundial, esta mulher, sabendo quais eram os propósitos dos nazis relativamente aos judeus, conseguiu ao longo de um ano e meio – até à evacuação do gueto no Verão de 1942 – resgatar mais de 2500 crianças utilizando vários meios e pretextos: ambulâncias, transportando-as como vítimas de tifo, sacos de serapilheira, cestos de lixo, caixas de ferramentas, carregamentos de

25 de Setembro: 'Bora remoçar!

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Não dou particular importância a este dia: É mais um como todos os outros 364,242199 dias! Chego até a ficar incomodado por segundos e terceiros lhe darem mais importância que eu… “É um dia para celebrar a graça de estar vivo” – dizem alguns. Pois é, e os outros – recordo eu –, não serão motivo suficiente para celebrar a vida, a graça de estar vivo? E lá vou revelhando como diria o Luís, por teimosia… Contudo, este ano foi diferente. Embora de uma forma simples, como não podia ser de outra forma: eu não o permitiria, este dia 25 de Setembro teve outro gosto (não querendo descurar os outros, obviamente); quase sem me dar conta de que o fazia, sorria (in)voluntariamente a cada palavra escrita, verbalizada… sempre senti(n)do… talvez porque tudo nele, desde o início até ao fim, foi como tem de ser, simples, natural e senti(n)do. Diz Ionesco que « na vida é preciso olhar pela janela », pois eu penso que devemos escancarar as portas e deixar entrar a luz, a

Poema-Solidão

Ermesinde, dezassete de Setembro de dois mil e quinze. Diz-me o relógio que são duas horas e nove minutos. Na rua chove torrencialmente; o vento bate nas persianas de forma tão ruidosamente violenta que nem ansiolíticos, sedativos e hipnóticos ou bebidas alcoólicas serão capazes de combater esta insónia. Tenho medo… Sim, ainda tenho muito medo… Como todas as outras, a minha insónia tem um nome: o teu! E sou eu que não me permito adormecer: não quero que venhas ter comigo em sonhos para que depois o acordar transforme o que foi um bonito sonho no pesadelo que vivo diariamente. Por mais que eu me tente convencer de que já vem sendo tempo de escrever outro poema, as minhas mãos, os meus dedos, o meu coração vagueiam em busca do teu poema, do poema que ficou por escrever… do poema que outrora adiei escrever… Por isso serás sempre o meu verso em branco. E eu serei para sempre o poeta-solidão, inútil e deambulante, de mãos cheias de nada; rei do que escondo, escravo

na sala de esperar

enquanto ele lê um jornal     ela do outro lado da sala de espera     desespera inquieta     afasta as precianas deixando a sala muito mais luminosa olha pela janela  senta-se passados breves momentos     folheia uma revista     outros jornais escuta os pássaros que chilreiam próximos da janela levanta-se e deambula em círculos pela sala tira fotográficas com o seu smartphone a pormenores que passam despercebidos a quantos diariamente por eles passam mas aos olhos dela nada passa sem uma análise um parecer        uma pateada    uma ovação no extremo direito da sala     onde ela tem a mochila pousada em cima de uma cadeira encontra-se um armário     possivelmente o arquivo adornado por um vaso e uma bola de neve de vidro que ela analisa compulsivamente ele     que entretanto desviara as suas atenções  do jornal e pousara nesta jane marple de leggings pretas túnica branca uma trança destramente desviada     observa-a tão compulsivamente quanto ela des