Pierre e Hunila
No início do século XIX, Pierre Duchemin, um jovem marujo francês acusado de “rebeldia de porão” fora, durante uma caça à tartaruga numa ilha deserta no meio do Atlântico, condenado a o abandonado. Imóvel e incrédulo, Pierre não grita, apenas deixa que uma lágrima flua e desenhe um curso natural pelo seu rosto enquanto os seus companheiros o deixam naquele ilhéu perdido no Atlântico. Do outro lado da ilha, Hunila, uma portuguesa solitária desde a morte de Filipe, seu marido e de Jacinto, seu irmão, vítimas de naufrágio, sobrevive com os parcos recursos da pesca e com as lembranças do seu país, dos anos vividos no seio da sua família. Ao cabo de tantos anos de solidão e silêncio interior, o irónico e cruel destino envia-lhe Pierre que, durante um acto de revolta e desespero corre o ilhéu, encontra Hunila sentada num rochedo a olhar o mar que para sempre lhe mudou vida. «Bonjour!» diz Pierre. «Mademoiselle comprend que je dis?», insiste perante o silêncio de Hunila. «Ne pa