Não gosto de tempos imperfeitos, acções inacabadas. S ã o como rasgos de vida, pontas soltas, penduricalhos, bandeiras gastas já sem cor. Suporto com dificuldade as reticências, as conversas suspensas. Porém o que mais me incomoda é a existência do silêncio das palavras, conversas que ficam no vácuo, que apenas foram idealizadas e, por respeito humano - talvez alguma covardia ou receio -, nunca concretizadas. Fazem-me falta as palavras breves, mas directas e assertivas. Não quero ser indelicado ou roçar a má educação, embora tenhas o direito à tua opinião, não tens o dever de a verbalizar… É mesmo incrível, mas podes guardá-la para ti quando não te é pedida, sabias? Muito menos direito tens de a proferires com desdém e maledicência com o propósito único de rebaixar e humilhar o outro. Fazem-me falta enunciados de menor eloquência – mas tão apropriados a certos interlocutores! Seria tudo tão mais fácil na minha vida se não calasse as palavras gritantes como