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A mostrar mensagens de julho, 2016

outra canção de embalar *

dorme     dorme     meu pequenino bons sonhos para ti vão o vento     o sol e a águia são três amas que te dou de coração a águia     atenta e protectora     voa alto para que não te assuste com  o seu piar e o sol esconde-se debaixo das ondas para que a sua luz não perturbe o teu sonhar o vento      após três noites sem dormir precipita-se para a casa da sua mãe que o espera para lhe perguntar        "para onde foste     onde estiveste lutaste com as estrelas ou afugentaste as ondas do mar" "não     mãezinha     não eu não afugentei as ondas do mar nem as estrelas douradas sussurrei  a um menino a  mais bonita canção" dorme     dorme     meu pequenino bons sonhos para ti vão tio nuno 14.VII.2016 * inspirado num poema de Maikov

uma canção de embalar

a ti que vieste ao mundo para trazer a alegria a quantos te amam nasceste como desejei este dia como desejo    agora mesmo como se fosses meu pegar-te ao colo    acariciar-te com passos para cá e para lá entoar uma modinha e embalar-te desejo que cresças qual rebento regado com felicidade cuidado com carinho e amor iluminado pelo olhar doce da tua mãe     pela força e valentia do teu pai alimentado de brincadeiras com o teu irmão desejo que cresças num mundo sem lutas     sem pessimismos nem medos      estradas    becos     ou abismos que te levem a lugar nenhum desejo que cresças num mundo feito de poesia de sonhos     danças e canções onde fadas e heróis se possam libertar sair dos livros de histórias de encantar e forrar a tua casa para que existas no teu quente contentamento correndo     brincando    sorrindo que possas ir na vida serenamente como os rios correm   ou como os veleiros voam mesmo que o mundo gire ao contrário   ou a

in recordações de ti ii

(...) e, deixando no tampo da mesa uma gerbera, prometeram não olhar para trás, sorrir sempre e apenas 'no silêncio dos sentidos ouvir os segredos de mil e uma noites de verão'.  Olharam-se uma última vez, querendo perpetuar aquele instante, e sorriram. Hoje são memórias gravadas no tempo, silêncios ou palavras não ditas, gestos ou afectos por se concretizas, sorrisos esboçados na ilusão dos verdes anos. in 'recordações de ti' Nuno Campos Monteiro 04.VII.2016

Ao meu caríssimo professor e amigo João

Foi há 18 anos que as nossas vidas se cruzaram, era eu um franzino miúdo de 10 anos e tu o meu Professor de Português. Recordo-me desse primeiro dia de aulas, como se tivesse sido ontem. Segunda-feira, pelas oito e meia da manhã, tu, com o teu ar sério, mas ternurento, apresentavas-te com a tua emblemática saudação “Caríssimos, bem-vindos ao 5º ano. Chamo-me João Gomes e serei o vosso Professor de Língua Portuguesa; alguém que está aqui para ensinar e aprender convosco. Mas para isso teremos de trabalhar em conjunto.” Apresentaste-nos depois um contracto, que o lemos todos em voz alta e depois assinámos. Nele fica o compromisso de trabalharmos mutuamente para alcançarmos os melhores resultados possíveis. Este trabalho mútuo fez parte do meu crescimento intelectual e pessoal, pois tu, o meu Professor, viste-me passar da infância para a adolescência; da adolescência para a idade adulta. Mais tarde, ex-aluno e ex-professor, continuámos a cumprir aquele acordo, renovado constantemente