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A mostrar mensagens de fevereiro, 2017

Esboço de um Ensaio

Não é fácil compreender a minha cabeça e, principalmente, viver dentro dela. Como o típico portuguesinho , preciso de rotinas, ainda que as possas quebrar quase rotineiramente, é paradoxal, eu sei. Pareço aluado – também tenho consciência desse facto – mas não gosto de construir castelos no ar nem de pisar caminhos movediços. Não sendo um grande apreciador de espectáculos circenses – exceptuo o Cirque du Soleil – a corda bamba não é de todo a minha ferramenta de trabalho, no sentido lato da palavra, intenda-se. Embora muitos afirmem ser essa a minha especialidade, a ter alguma, essa não é com toda a certeza a minha.  Daqui advém o meu mais recente objecto de obsessão: o compromisso. Será do senso comum, sem a presunção pretensiosa – adoro pleonasmos – de fundamento em estudos científicos, a existência de vários tipos de compromisso: religioso, amoroso, político, social, profissional, familiar, etc.. Pudemos concluir – parece-me – que compromisso é uma forma de estabelecer um ví

"vou por onde eu quiser"

como gostava que parasses o tempo que te levantasses e despindo a tua camisa me sussurrasses ao ouvido e mostrasses como realmente vais por onde queres estou certo de que te iria acompanhar percorrendo com a minha boca e mãos cada parte do teu corpo nesse momento  em que desejaste parar o tempo olhei-te     suspirei mas alguém mexeu-se e eu fui obrigado a desviar o meu olhar senti o teu pousado em mim gostei     deixei-me estar quase imóvel fingindo não entender mas por dentro pulsava de gozo escrevi palavras soltas que se transformaram em frases incompletas esbocei um poema que ainda não fui capaz de escrever pois o melhor poema é escrito deitado a teu lado nuno campos monteiro 20.II.2017

nem

nem colinas de alabastro bosques de cedros e tuia prados de roseiras e outeiros jardins de violetas e jasmins fontes     rios     calmaria pássaros de mil cores cantando e esvoaçando livres banhos em águas puras perfumes de lânguidas essências mantos de seda fina tingidos a púrpura e de ouro pálido bordados banquetes lustrosos de frutas exóticas tenras carnes frescos peixes doces vinhos iguarias abundantes seriam o bastante para mim se privado eu ficasse do néctar da tua boca e a ambrósia do teu corpo nuno campos monteiro 15.II.2017

lugar-sonho chamado tu

meu amor vou deitar-me e olhando o infinito onde habito e deambulo desenhar-te-ei tal como és até que o sono me leve para um lugar-sonho que se chama tu amo-te como há muito não me permitia amar nuno campos monteiro 6.II.2017

o teu corpo e a lua

a luz clara da lua desenhar a silhueta do teu corpo e de ti irradia uma luz tão clara e brilhante o teu corpo emana chamas capazes de aquecer qualquer noite de inverno nuno campos monteiro 4.II.2017

lá fora a chuva cai

olho a janela os vidros têm gotículas e estão embaciados chove e eu penso em ti desenho os limites do teu rosto ensaio um beijo um abraço olho-te por dentro sinto o teu perfume os teus cabelos a tua pele e descanso no teu colo lá fora a chuva cai e mais uma vez o dia cheira-me a ti sabe-me a ti são doces lembranças são momentos profundos     de cumplicidade e cada vez mais atrevidos que constroem esse caminho remoto mas tão perto    e tão livre que nos levam ao amor       e mesmo assim caminhamos escondidos  quando este poema  se tornar real nascerá o arco- ires nuno campos monteiro 02.II.2017