Mensagens

arte poética

é na liberdade da rima e do verso que exploro mundos onde não há limitação cantando espalharei por toda a parte o amor-sonho      a poesia     o universo       este encontro de libertação é na liberdade da canção-pensamento que ecoa nas estrofes com fervor que a poesia      encontra alento para o sonho-realização de um mundo melhor é na liberdade da métrica que minha alma se encontra com o EU o poema       qual porta de vastidão revela-se essência   do que meu pensamento teceu assim nos versos celebro a vida canto a liberdade      a alegria      a dor é no teu corpo-poema que encontra guarida uma alma que da própria vida almeja ser autor nuno m. 21.III.2024

minha eterna boneca de porcelana fina

  procuro-te e não te encontro   não paro      insisto       e deambulo por vezes são linhas turvas e curvas por vezes são claras encruzilhadas por vezes apenas escadas íngremes e ladeiras que desço descontrolado e volto sempre ao mesmo sítio –   ao passado – julgando saber onde estás saber onde estás   por vezes ficamos frente a frente e ao ver-te ali      finalmente       onde penso saber que estás procuro-te e não te encontro   procuro-te no mar vasto e imenso no sol de luz intensa no vento das palmeiras nas flores do passeio outrora alegre na foz      na nossa foz   mas o mar dos teus olhos enche-se de lágrimas por ti o sol      esse apolo forte e altivo      recua mais cedo como se eu fosse atreu ou tiestes o vento chora murmurando o teu nome em raiva e tristeza as flores curvam-se numa reza (e não sabem elas do teu cheiro)   ó meu túnel de saudade nada tem já forma nada me deixa ver e até as palavras      essas 

palabras para mi

    si      lo sé que no puedo volver atrás porque la vida ya me empuja como un lamento      como un aullido interminable interminable   pero me siento atrapado      acorralado me siento perdido y solo (puedo desear no haber nacido)   porque hoy solo escucho las palabras para mi las palabras de muchos que me dicen que la vida no tiene objeto que soy un caso desgraciado   entonces      contrariamente a mí siempre hoy      solo hoy      me entrego y me aparto junto al camino      digo que no no puedo más y aquí me quedo   lo siento      aquí me quedo perdón   nuno m. 21.X.2022

Insultare

insultare  do latim saltar para cima Ao mestre sevandija de moral.      Advirto, em jeito de intróito, que o texto que se segue contém linguagem verrinosa. É certo que poucos a entenderão, contudo, é uma linguagem que procura o vitupério erudito.      A boa gente que me conhece – e mesmo aquela que, conhecendo-me, ainda não atingiu a divina gratia – já sofreu, ou presenciou, a tortura provocada pelo meu "pedantismo gramatical", uma forma de TOC, que os mais recentes investigadores preferem designar POC, transformando o transtorno em perturbação obsessiva-compulsiva, contudo, ainda pouco estudada. Esta obsessão-compulsiva resulta na necessidade do individuo transtornado/perturbado corrigir qualquer erro gramatical que encontra, desde o mais crasso e frôndeo ao mais leve e inofensivo.      A minha verdade exigi que eu admita que este meu "pedantismo gramatical", em auto ou mesmo em hétero correcção, muitas vezes se vira contra mim, um “pedante” e metrossexual da

Nunca um adeus... sempre um até já.

Nunca um adeus... Hoje acordei com uma notícia daquelas que ninguém quer acordar: partiu uma das pessoas mais queridas e generosas que eu conheci, de uma sensibilidade e genuíno humor. Pensar que não mais vou ter a sua recepção sorridente e calorosa; pensar que não mais lhe vou ouvir palavras de alento, outras tantas alegres; pensar que não mais lhe vou ouvir divertidas estórias e histórias, é como um manto enegrecido de sombra que me cobre por inteiro. Como será estranho e difícil, muito difícil, cruzar os mesmos espaços sem a sua presença corpórea. Conforta-me saber que este tão querido amigo apenas continua o caminho que todos percorremos, e que Deus o chamou mais cedo - porque Deus chama para Si os que mais ama - e que um dia nos voltaremos a encontrar na eternidade. Requiescat in pace, Fernando Perpétuo . Nunca um adeus... sempre um até já.

do infante

dos projectos do infante nasceu um Império da sua vontade uma época de glória nacional de Belém desenhou-se um mundo novo criou-se a civilização transoceânica renovou-se Portugal Deus sagrou-o e fê-lo português para que a orla branca surgisse   redonda       do profundo azul e desse de nós o sinal   para que se cumprisse o destino o mar       a terra       o Imp é rio Senhor       falta cumprir-se Portugal

"O tempo das suásticas"

Sob a frase-mote da autoria de Zalmen Gradowski, "Porque sabemos, temos uma escura premonição", sublinha-se hoje o 75.° aniversário da libertação dos prisioneiros do maior campo de concentração e extermínio erigido pelo regime nazi, Auschwitz, e que, não por acaso, coincide com a celebração anual do Dia da Memória do Holocausto. Porquê recordar hoje - eu que não vivi, não senti directa ou indirectamente o flagelo da Segunda Guerra, tampouco conheço sobreviventes ou seus descendente - "o tempo das suásticas" (Primo Levi, 1960)? Porque é um dever de todos!  Num texto publicado em 1960 por Primo Levi a propósito da Exposição da Deportação, se refere ao período nazi, cujo título mencionei, o autor alerta para "o silêncio do mundo civilizado", para o nosso próprio silêncio vergonhoso, pois "somos homens pertencemos à mesma família humana a que pertencem os carrascos. Diante da enormidade da culpa deles, sentimo-nos, nós também, cidadão de Sodoma