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A mostrar mensagens de janeiro, 2016

estranha forma de ser eu

vieste do fim do mundo para me despertar do sono mais profundo e que era só meu podia não ter mundo talvez fosse um vagabundo mas era eu vieste despertar o que em mim já dormia nada te quis revelar do que era meu vieste-me recordar histórias de encantar e deixei de ser eu nada tenho a condenar neste entardecer foi bom recordar o que foi meu e agora voltar e na realidade aceitar esta estranha forma de ser eu nuno campos monteiro 20.I.2016

por ti

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Pintura de Leonid Afremov, “Joyful Tango” por ti tornar-me-ia um atalho uma vereda     uma margem de caminho uma subida íngreme uma rota agreste a florir ao sol dourado por ti só por ti tornar-me-ia uma estrela uma bonita esfera armilar plácida e brilhante e só a tua vida iluminaria por ti tornar-me-ia aragem um sopro leve um vento quente e suave uma brisa para te acalmar e envolver um volátil beijo e um subtil desejo por ti dos meus sonhos far-me-ia poeta lira ou cítara salmo ou serenata uma serena prece ou ladainha um verdadeiro romance por ti tornei-me espera fiz-me dança por ti tornei-me um doble corte fiz-me amor nuno campos monteiro 16.I.2016

O inesperado tem mais sabor

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À Musa de 2016  Adivinhava-se mais uma noite triste, solitária e vazia. Mas o destino tem destas coisas, tem o condão de reservar surpresas... como um jantar, uma ida ao teatro, uma visita nocturna ao ponto mais alto da cidade, um cappuccino ou um crêpe de nutella e amêndoas laminadas. Foi este final que o destino lhes reservou para hoje. E ele sorri, percebendo esta realidade, enquanto partilha um crêpe de nutella com amêndoas laminadas. Involuntariamente, nasce um sincero sorriso de plena realização no rosto dele ao recordar esta inesperada, mas agradável, noite que o destino lhe reservara; ao repetir as gargalhadas soltas, as conversas despreocupadas, os olhares-enigmas que lança com volúpia... a sensação, há muito adormecida, de uma nova paixão a florir no seu jardim... " Não entendo porque não tens ninguém ao teu lado ." Timidamente, ele responde: " Porque não tenho jeito para as pessoas. Gosto muito delas, embora tente fazer acreditar que não... talve

neo-qualquer-coisa-ismo (fora de época)

e enquanto pinto a borda da chávena com café penso o quanto estúpido me tornei onde andas criança inocente em que parte do meu corpo te escondes terás desaparecido na totalidade e com esta chuva idiota de estupidez ressalta-me o meu profundo incómodo sinto-me só     no entanto o café está repleto de gente é só mais uma constatação de como não precisamos estar isolados para estarmos sós logo     estas linhas não serão outra coisa que um solilóquio sinto-me só e completamente desconectado com o mundo sinto-me completamente deslocado como uma escultura     criada com um propósito mas que se foi adiando a exposição e     quando finalmente se decidiu expor estava fora de época e transformara-se numa espécie de niilismo ou numa tentativa apressada de neo-qualquer-coisa-ismo ao pintar com café     penso que o meu criador me manteve guardado mais tempo do que desejou preocupado que estava com as terríveis crises e discórdias que os homens     estupida