Até já, Gabriela!
Do pouco tempo que passei no Theatro Circo, quando trabalhei com a Companhia de Teatro de Braga, recordo-lhe o sorriso e o olhar, oferendas diárias que a Gabriela a todos dirigia. Não posso dizer que fossemos amigos, as nossas tarefas, embora no mesmo edifício, não eram próximas e o tempo que por lá passei não mais permitiu. Mas cruzávamo-nos frequentemente: afinal todos pertencíamos ao Theatro Circo. Saudávamo-nos com respeito diariamente. Trocámos algumas palavras em momentos de pausa. Fazíamos graça por partilharmos o mesmo apelido: "Ainda vamos descobrir que somos primos." E sempre, sempre o olhar meigo. E sempre, sempre o sorriso encantador. E sempre, sempre uma boa palavra, um bom gesto! Fiquei chocado quando percebi que a 26.ª vítima mortal de violência doméstica noticiada nos meios de comunicação era a Gabriela. Fiquei perplexo, porque estas notícias são sempre de pessoas distantes, pessoas que não conhecemos. De repente deixou de ser. Torn